Um crime brutal está chocando a cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Marcos Willian Teixeira Timóteo, de 20 anos, foi morto na manhã desta quinta-feira (28) em um confronto com a polícia. Ele era suspeito de sequestrar, estuprar e matar Emanuelly Victoria Souza Moura, de apenas 6 anos.
Tudo aconteceu na última quarta-feira (27), quando Marcos Willian buscou Emanuelly por volta das 8h da manhã na casa de David Bernardes, de 26 anos, seu amigo de trabalho e pai da vítima. Em conversa com a imprensa, o pai disse que o suspeito vinha frequentando sua casa nos últimos três dias.
"Ele era conhecido só de trabalho. Aparecia por aqui de vez em quando pra conversar, só passar por aqui, mas nunca chegou a parar muito aqui, não", disse David, indicando ainda que Marcos Willian é pai de uma menina de 2 anos, o que acabou os aproximando.
"Ele (Willian) veio e pegou a menina cedo aqui, por volta das 8 horas. Quando foi 11 horas ele foi comigo fazer uma diária de serviço e ficou a tarde inteira comigo, minha filha lá na casa dele, já morta. Ficou tarde inteira. Quando a noite ele viu que eu estava desesperado procurando por ela, cinco horas (17h) ele foi embora para enterrar ela. Chegou lá, ele viu que não ia dar tempo, e fugiu. Deixou o cavucate [ferramenta] lá, o corpo dela embaixo da cama", contou em seguida.
Quando chegou em casa por volta das 15h, David notou o sumiço da filha, mas imaginou que ela estaria na casa de sua avó, mãe dele, onde costumava ficar com frequência: "Ela sempre sai com a minha mãe. Então eu liguei para minha mãe, minha mãe falou: 'não está comigo'. Aí eu comecei a procurar, pedir câmera dos vizinhos, aí foi aqui na vila, (vi ele) saindo com ela de manhã cedo", explicou.
Segundo informações divulgadas pelo G1, a família de David, que vive na Vila Taquarussu, chamou a polícia no início da noite da última quarta-feira (27), ao notar seu desaparecimento. Ao checarem as câmeras de segurança, policiais viram Marcos Willian caminhando com a criança pela manhã.
Ao questionar moradores, foi informado que o homem das imagens morava na Vila Carvalho, bairro de Campo Grande. A polícia identificou um mandado de prisão em aberto contra o suspeito e, ao comparecer à sua casa, encontraram o imóvel sem ninguém, mas tinha documentos em nome de Marcos Willian.
Também foram notadas marcas de chinelo com barro e, ao checarem o quarto, encontraram o corpo de Emanuelly já morta, dentro de uma banheira de bebê, enrolada em uma coberta e com fitas adesivas. A banheira estava escondida debaixo de uma cama. Segundo um vizinho, Marcos havia pedido um cavucate emprestado, possivelmente para enterrar o corpo da menina.
Em entrevista para a imprensa, David, pai de Emanuelly, revelou que desconhecia as passagens de Marcos pela polícia: "Não sabia nada, nem o nome dele a gente sabia direito, só chamava ele como ‘Gordinho’. Nunca desconfiamos de nada. Ele chegava aqui, já ficava longe, afastado, só conversava com nós, com a mamãe, e ia embora".
De acordo com informações divulgadas pelo site Midiamax, Marcos Willian já havia passagens pela polícia por outros dois estupros de vulneráveis denunciados em 2019 e 2020, quando ainda era menor de idade. Uma vítima era um bebê de um ano, que sobreviveu, e a outra seria uma enteada de 11 anos, que contou para a mãe após anos sendo abusada.
Segundo a polícia, Emanuelly teria sido morta estrangulada e estuprada mais de uma vez. Willian era considerado de alta periculosidade e ainda tinha uma acusação de furto qualificado, em 2018, e injúria e violência doméstica, em 2024.
Já nesta quinta-feira (28), a polícia encontrou Marcos Willian durante suas buscas pelo suspeito. De acordo com informações, ele resistiu à abordagem e trocou tiros com policiais do GOI (Grupo de Operações e Investigações) na região da Cachoeira do Inferninho, saída para Rochedo (MS).
O suspeito foi atingido por tiros e chegou a ser socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Vila Almeida, ainda em Campo Grande, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.