As investigações da Operação Zargun, deflagrada em 3 de setembro de 2025, não revelaram apenas um esquema milionário de tráfico e corrupção no Rio de Janeiro. No material apreendido, vieram à tona imagens e registros divulgados pelo portal Metrópoles na última segunda-feira (15) e atualizado nesta terça-feira (16) que mostram a intimidade do ex-deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Joias, com Gabriel Dias Oliveira, o Índio, apontado como uma das principais lideranças do Comando Vermelho.
Embora o flagra já fosse comentado no X, antigo Twitter, desde abril, foi com a divulgação em meados de setembro de 2025 que o caso, que mistura poder, crime e paixão secreta, viralizou nas redes sociais e dominou as manchetes.
De acordo com o Metrópoles, câmeras de segurança instaladas no Complexo do Alemão registraram encontros entre TH Joias e Índio. Nas imagens, o ex-parlamentar aparece acariciando a coxa do traficante enquanto se masturba. Em outra cena, o faccionado surge deitado em uma cama, usando apenas um short, e sorri para a câmera em clima de cumplicidade.
O portal ainda destaca que o líder do CV enviava selfies carinhosas ao político. Nos registros, ele fazia poses de “beijinhos”, gestos de coração com as mãos e até expressões provocantes, sugerindo um vínculo que ia além dos negócios investigados pela Polícia Federal.
As investigações apontam que o elo íntimo se somava a acordos financeiros. Segundo a Polícia Federal, Índio repassou R$ 148 mil a TH Joias, além de prometer outros R$ 90 mil a um advogado ligado ao grupo. O objetivo era garantir proteção jurídica e política para a facção.
No total, o esquema teria movimentado mais de R$ 140 milhões desde 2020, envolvendo tráfico de drogas, venda de armas e contratos públicos fraudulentos. O ex-deputado, que já havia sido preso em 2017, foi localizado em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, onde agentes apreenderam cerca de R$ 5 milhões em espécie.
A Operação Zargun, realizada em 3 de setembro com apoio da Polícia Civil do Rio de Janeiro, prendeu 15 pessoas, incluindo três policiais militares e até um delegado da própria PF. O caso revelou o envolvimento de agentes da lei no esquema de proteção ao tráfico.
Índio deve ser transferido para um presídio federal de segurança máxima. Segundo os investigadores, sozinho ele movimentou mais de R$ 120 milhões nos últimos cinco anos. Já TH Joias é acusado de atuar como braço político da facção, garantindo influência em comunidades dominadas pelo CV.
Como resumiu a coluna Na Mira, do Metrópoles, trata-se de “uma relação mais que íntima”, que mistura dinheiro, poder e desejo em um dos maiores escândalos recentes da política fluminense.
A proximidade de TH Joias com figuras do tráfico não se limitava aos encontros íntimos com Índio. Em 3 de setembro de 2025, a coluna Na Mira, do Metrópoles, divulgou imagens do ex-deputado no Baile da Escolinha, evento tradicional do Complexo do Alemão organizado por chefões do CV. No vídeo, TH Joias aparece ao lado do influenciador digital Hytalo Santos e do traficante Gabriel Dias de Oliveira, conhecido como “Índio do Lixão”. O trio surge dançando durante a festa promovida por Fhillip da Silva Gregório, o “Professor”, morto em confronto no dia 1º de junho de 2025. O registro reforça a ligação direta do político não apenas com lideranças da facção, mas também com nomes do entretenimento que circulavam nesses ambientes de ostentação e poder.