Blakely McCrory, de apenas 8 anos, vivia sua primeira experiência no tradicional acampamento cristão Camp Mystic, no Texas, seguindo os passos da mãe, Lindsey McLeod McCrory, e de outras mulheres da família.
"Ela mal podia esperar para estar ao ar livre. Foi como ter a maior festa do pijama que você pode imaginar", conta Lindsey, à People. Animada com atividades como cavalgadas e natação, Blakely se tornava parte da terceira geração da família no acampamento.
Mas a alegria se transformou em tragédia quando uma forte enchente atingiu o local em 4 de julho, após o transbordamento do Rio Guadalupe. Inicialmente, Lindsey, que estava na Europa com a irmã, pensou tratar-se de uma tempestade inofensiva. "Ah, dia chuvoso, fique na sua cabana, jogue jogos de tabuleiro...", relembra.
Horas depois, recebeu uma ligação que mudou tudo: "Há campistas que não foram contabilizados". Uma mensagem de voz confirmou: Blakely estava desaparecida.
Lindsey retornou imediatamente ao Texas. Enquanto o meio-irmão da menina, Brady, buscava por ela em um centro de evacuação, a família se agarrava à esperança.
"Talvez eles estejam simplesmente perdidos, e não sei, estão sobrevivendo juntos de alguma forma", disse a mãe. No entanto, na noite de segunda-feira, Lindsey recebeu a confirmação de que Blakely havia sido encontrada sem vida.
A perda veio pouco após outras tragédias: a morte de seu marido, Blake, pai de Blakely, em março, e de seu irmão, ambos aos 59 anos. “Eu me senti confortada por todos que me amam e pela minha fé (...) Ela era uma criança resiliente, com espírito contagiante. As pessoas queriam estar perto dela”, diz a mãe.
Um dos conselhos mais comoventes veio de uma conselheira do acampamento: "Ela encorajava os campistas a não terem medo". Entre os itens recuperados da cabana, uma carta de Blakely trouxe algum conforto: "Querida mãe, como vai? Estou bem... O acampamento é incrível".
©
Apesar da dor, Lindsey acredita que a filha está em paz: “É tão difícil ficar sem ela e meu marido, mas estamos, estamos seguros pela nossa fé, de que ela está no céu. Ela está lá, está bem e está olhando para nós e acreditamos firmemente que aconteceu rápido. Ela não precisou sofrer. Eu simplesmente tenho essa sensação. Ela está com todos aqueles campistas e funcionários que morreram… Eu simplesmente imagino que é um lugar feliz, um lugar tranquilo.”