






A polêmica envolvendo o casal Joana Prado e Vitor Belfort ganhou grandes proporções nas redes sociais. Tudo começou quando a ex-dançarina e o ex-lutador publicaram um vídeo criticando o Carnaval e associando a festividade a práticas religiosas afro-brasileiras, chegando a chamar os orixás de "demônios".
As declarações foram rapidamente classificadas como intolerância religiosa, gerando revolta entre internautas e personalidades ligadas ao evento. Entre os que não ficaram calados está Milton Cunha, um dos maiores nomes do Carnaval brasileiro, que rebateu as falas com firmeza.
No vídeo polêmico publicado no Instagram, Joana e Vitor — que se converteram ao cristianismo — alegaram que o Carnaval está ligado a "invocação de demônios" e "desejos carnais". "Envolve muito a cultura da macumba, envolve uma cultura espírita. Não é um lugar que pode se misturar", afirmou Vitor Belfort.
Joana reforçou a visão do marido e disse que a festividade promove "idolatria e imoralidade". "Existe ali um culto aos orixás, uma consagração aos deuses, onde a invocação aos demônios acontece. Existe mesmo uma festa toda voltada para a carne, e a gente vê muito nítido, a exposição do corpo, as baterias, os tambores e todo o envolvimento", declarou.
As falas geraram indignação e foram amplamente criticadas por internautas, que acusaram o casal de desrespeitar religiões de matriz africana. Muitos também apontaram a hipocrisia de Prado, que ficou famosa nos anos 1990 como a personagem Feiticeira, conhecida por sua sensualidade e por participações em desfiles de Carnaval.
Diante da repercussão, o carnavalesco Milton Cunha usou as redes sociais para expressar sua indignação e rechaçar os ataques contra a cultura afro-brasileira. Na quinta-feira (27), ele compartilhou um vídeo do influenciador @guicruzz denunciando a intolerância religiosa: "Fique claro: orixá não é demônio". (Veja o vídeo abaixo da matéria).
Sem meias palavras, o jovem do vídeo apontou o preconceito presente nas falas do casal e destacou o padrão recorrente de discursos intolerantes contra religiões de matriz africana durante o período do Carnaval. "Intolerância religiosa é crime e, como em todas as oportunidades, basta o Carnaval chegar para os ditos fiéis mais extremistas começarem a insultar, agredir e lançar comentários criminosos de ódio contra a cultura popular", continuou.
O comunicador ainda ironizou o fato de Joana Prado ter se tornado conhecida justamente por um personagem sensual. "Ontem tive o desprazer de ver um vídeo da feiticeira Joana Prado e do lutador Belfort atacando o Carnaval e chamando os orixás de demônio. Um ato escancarado de intolerância religiosa", disse. Na legenda, Cunha concordou: "É isso aí".
Diante da reação negativa do público e do post compartilhado de Milton Cunha, Joana e Vitor voltaram às redes sociais para rebater as críticas e reafirmar seu posicionamento. "É muito bom ouvir as pessoas falarem que a gente era do mundo. Na verdade, isso é um passado. O Carnaval é a maior prática de pecado do mundo", disse Belfort.
"Hoje as igrejas fazem trio-elétrico cristão, Carnaval Gospel... Se você está comemorando algo do mundo dentro da igreja, aquele cara do vídeo mesmo falou [o rapaz que Milton compartilhou], você está chamando ancestrais, evocando espíritos dos orixás", acrescentou. Gente!?
Já Joana Prado fez um apelo aos seguidores cristãos: "Se você não é cristão e se ofendeu, aceite Jesus que não vai se ofender". As novas declarações só aumentaram a revolta nas redes sociais. Muitos usuários denunciaram a postura do casal como discurso de ódio, ressaltando que a liberdade religiosa precisa ser respeitada. "Uma pessoa com 1 milhão de seguidores tem que saber o que fala. Se não tem conhecimento sobre as religiões, não espalhe tamanha besteira", criticou um internauta.
O episódio escancara um problema recorrente no Brasil: o preconceito contra religiões afro-brasileiras. O Carnaval, enquanto manifestação cultural e artística, está intrinsecamente ligado à história e ancestralidade do país, e figuras públicas precisam ter responsabilidade ao abordar temas tão sensíveis. Como o próprio influenciador pontuou, "orixá não é demônio" e combater a intolerância religiosa é um dever de todos.