Aguinaldo Silva foi um dos autores da versão original da novela "Vale Tudo" (1988-1989). Hoje o autor se prepara para substituir a nova versão do clássico da teledramaturgia, com "Três Graças", e tem uma teoria ousada envolvendo o assassinato de Odete Roitman (Debora Bloch). Mas tudo foi bem diferente no final de 1988 e há uma semana do mistério ser revelado.
Na ocasião, Aguinaldo se mostrou irritado com a curiosidade entorno da identidade do assassino de Odete. Curiosidade essa que mobilizou apostas até na Bolsa de Valores e um concurso promovido através de cartas por uma marca de temperos de alimentos.
"Não compreendo o motivo que levou a classe mais pensante desse País a se mobilizar enlouquecidamente com essa história. E só uma novela, um folhetim eletrônico, gente!", disparou ao jornal "O Dia" no último dia daquele ano.
Aguinaldo mostrou revolta também com a possibilidade do nome da assassina de Odete vazar. Por isso, a Globo só gravaria a cena decisiva na tarde do dia 6 de janeiro de 1989, horas antes do capítulo final ir ao ar. "Escrevemos cinco finais, com cinco assassinos diferentes. Se o nome desses possíveis assassinos vazarem, nós apresentaremos ao telespectador um sexto. Também assassino em potencial", alertou.
Àquela altura, Leila (Cásia Kis) já havia sido apontada por um jornal carioca como a autora dos disparos fatais contra Odete Roitman em um grande engano - ela pensou que quem se aproximava era Maria de Fátima (Gloria Pires). Por sua vez, Dennis Carvalho classificou de "grosseiro equívoco" tal atribuição. Já Gilberto Braga (1945-2021) também se irritou, mas com a quantidade de informações vazadas à imprensa ao longo da trama.
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