Nos bastidores de "Vale Tudo", remake da clássica novela da TV Globo, o público tem vibrado com as atuações intensas de nomes como Renato Góes, Humberto Carrão e Bella Campos. Mas por trás das câmeras, um dos grandes nomes do elenco trava uma luta silenciosa e diária contra um inimigo perigoso: a compulsão alimentar.
O protagonista em questão é Alexandre Nero, intérprete do manipulador Marco Aurélio, braço-direito de Odete Roitman (Débora Bloch) na trama. Hoje com 55 anos, o ator abriu o coração ao Gshow, em dezembro de 2023, revelando detalhes dolorosos e surpreendentes sobre sua relação com o próprio corpo.
"Sou um ex-gordinho e vivi essa pressão estética a vida inteira. Minha vida foi norteada por isso. E é até hoje", declarou Nero, em um raro desabafo sobre o tema. O ator contou que já enfrentava dificuldades desde a juventude, quando foi alvo de bullying por causa do peso. Hoje, mesmo com uma carreira consolidada na TV, cinema e música, ele ainda carrega as marcas psicológicas desse passado.
"É uma luta diária, assim como a de um ex-fumante. Nunca fumei, mas sei que é isso", comparou. Diagnosticado com compulsão alimentar, Nero não mediu palavras para expressar a gravidade da condição: "Todo dia que olho um bolo, um brigadeiro, um carboidrato, é difícil. E não falo isso de brincadeira, falo muito sério. É um desespero".
O ator revelou também que lida com a compulsão na terapia. "Trabalho isso na análise o tempo inteiro. Mas, hoje, não me afeta tanto quanto quando eu era mais jovem", contou. A maturidade trouxe algum alívio, mas não solução completa. Para minimizar os gatilhos, ele tomou uma decisão radical: "Não tenho doces na minha casa, preciso ficar longe".
O processo de mudança veio com a reeducação alimentar e, mais recentemente, com a inclusão de atividades físicas na rotina. "Hoje, faço exercício, coisa que nunca tinha feito na minha vida. Comecei há uns 4 ou 5 anos", revelou.
Mesmo lidando com essas questões pessoais, Alexandre Nero parece ter feito as pazes com a aparência física. O problema, agora, é outro: o tempo. "Esteticamente, não sinto. Sinto que estou envelhecendo porque as coisas começam a envelhecer. Não consigo mais me recuperar da ressaca. Não consigo brincar tanto tempo com os meus filhos. Essa é talvez a tristeza do envelhecer, mas esteticamente acho que estou envelhecendo bem", refletiu.