





Francisco Cuoco quase foi estrela de novelas do SBT na primeira metade dos anos 1990 ao relatar um certo desânimo em relação à Globo, onde estava havia mais de 20 anos. Morto na última quinta-feira (19) aos 91 anos, o pai de três filhos vinha passando por um complicado estado de saúde conforme detalhou sua última namorada - o próprio artista relatou há cerca de dois meses que pesava 130kg.
O plano de trocar a emissora líder pelo canal fundado por Silvio Santos (1930-2024) não foi adiante em 1993, mesmo ano em que uma cirurgia de emergência fez mudar os rumos de "Deus nos Acuda", e em 1994, o eterno galã voltou ao vídeo na novela "Tropicaliente".
"O SBT tem projetos para mim. Tenho 23 anos de Globo, meu contrato vence em três meses e acho que não renovo. Cansei", disparou Cuoco, envolvido em grande polêmica com Carolina Ferraz no final dos anos 1990. E agora o Purepeople te conta como Francisco Cuoco e o SBT "namoraram", mas sem direito ao "casamento".
Em 1993, o SBT passava por momentos bem antagônicos: se por um lado Angélica foi contratada após trocar farpas com Xuxa, por outro filmes passaram a ocupar uma parte da programação dominical, que por pouco não foi reforçada com o "Aqui Brasil". Essa atração seria nos moldes do "Fantástico", mas sequer saiu do papel; o título porém acabou utilizado em um telejornal matinal que durou pouco tempo.
Outro projeto que ficou na gaveta foi da série "Mariana", cujo elenco chegou a ser montado e teria Denise Fraga e Lilia Cabral. A imprensa ao longo de 1993 contou que a produção assinada por Flávio de Souza seria uma minissérie, virou "minovela", novela e voltou ao formato inicial.
Acontece que "A Fábrica" e "Nino, o Italianinho" ganharam a preferência de Silvio Santos em uma disputa interna. Vale abrir parênteses e lembrar que ambas as novelas seriam remakes. Depois, a novela produzida seria "Manhãs de Sol", de Geraldo Vietri. Porém todas as quatro ("Mariana", "Fábrica", "Nino" e "Manhãs") acabaram engavetadas.
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E Francisco Cuoco quase assinou com o SBT para atuar no remake da novela "A Fábrica" (o original foi ao ar entre 1971 e 1972 na extinta TV Tupi). Na época, o eterno galã fez duras críticas ao ambiente televisivo. "Não adianta tanto conhecimento se você não consegue o básico, que é dialogar com outros seres humanos. Está faltando delicadeza na TV", afirmou.
"Os diretores estão preocupados com a estética e se esquecem do ator. Hoje, no set, há uma grande confusão, porque o diretor simplesmente não fala o que quer", completou ao "O Globo" em 20 de setembro de 1993. "Poderia atuar e dirigir em 'A Fábrica'", finalizou sobre o "namoro" sem final feliz para a emissora paulista.


