César Tralli desabafou sobre a relação com a irmã, Gabriela, portadora da Síndrome de Nooan, uma doença genética que afeta múltiplas partes do corpo. O jornalista, cotado para ser o novo âncora do “Jornal Nacional”, tinha apenas 6 anos quando precisou ajudar os pais nos cuidados.
“Isso a transformou numa eterna criança. Como minha mãe e meu pai trabalhavam muito, fui um segundo pai para ela. Desenvolvi esse dom muito novo. Cuidava dela, que tinha convulsões. Precisei intervir em situações bem violentas. Isso foi me dando a condição do cuidado”, refletiu o comunicador, em entrevista ao jornal Extra.
Para Tralli, o convívio com a irmã resultou no apego que ele mantém com a família. “Essa irmã sempre foi meu xodozinho”, derreteu-se.
Gabriela veio a óbito em 2018, com apenas 40 anos, por complicações de uma cirurgia no coração. “O coração começou a falhar. Na troca das válvulas do coração, ela não resistiu”, relembrou. Em 2022, ele também perdeu a mãe, Edna, vítima de um acidente de avião.
Ainda em entrevista ao jornal Extra, César revelou que sua resistência em ser pai vem, justamente, do medo de ter um filho que demandasse as mesmas atenções de Gabriela. Ele já havia assumido publicamente que, antes de conhecer a esposa, Ticiane Pinheiro, não tinha pretensão de exercer a paternidade.
“Por ter tido essa irmã com uma condição difícil, sempre tive resistência em ser pai. Pensava: 'E se eu tiver um filho com as mesmas dificuldades? Vai ser muito punk para administrar'. Depois da Manu, percebi que, se eu pudesse ter tido dez filhos, eu teria tido, porque a minha felicidade em ser pai é gigantesca. Nasci para isso”, ponderou.
A convivência com a enteada Rafaella Justus foi determinante para a mudança de ideia. “A Rafa me ajudou a despertar para isso também. Quando a gente se conheceu, ela me recebeu muito bem. Me adotou como um segundo pai, e a adotei como uma filha. Aí veio a vontade de fazer a família crescer. A gente tentou mais filhos, mas não vieram”, afirma.