A morte de Preta Gil no último domingo (20), vítima de um câncer colorretal contra o qual lutava desde 2023, causou forte comoção no país. Mas em Niterói, onde o comediante Léo Lins se apresentava na mesma noite, a notícia virou combustível para mais uma polêmica. Segundo relatos de pessoas presentes no show, ao ouvir o nome da cantora vindo da plateia, o humorista teria reagido com a frase maldosa: “Quem vier me processar vai pegar câncer e morrer".
A informação foi publicada pelo portal iG na segunda-feira (21), e bastou para que o nome de Léo Lins voltasse ao centro de uma onda de críticas nas redes sociais. Internautas se revoltaram com o uso da doença como escudo cômico, especialmente diante de um luto tão recente. Muitos lembraram, inclusive, que essa não foi a primeira vez que o humorista atacou Preta Gil.
Não é a primeira vez que o comediante menciona Preta Gil em tom de deboche. Em junho, durante um show em Belém, ele já havia feito uma piada envolvendo a cantora, que enfrentava tratamento contra um câncer desde 2023. A fala foi duramente criticada por internautas à época, embora o humorista não tenha se retratado.
À época, Preta, que enfrentava sessões de tratamento desde 2023 e fazia atualizações frequentes sobre sua saúde nas redes sociais, não respondeu publicamente. A família também preferiu o silêncio. Agora, com a morte da cantora, o episódio de Niterói reacende o debate sobre os limites do humor, ou como muitos usuários têm chamado, o uso da crueldade disfarçada de piada.
No X (antigo Twitter), o humorista foi chamado de “covarde”, “babaca” e “doente”. Alguns perfis defenderam que ele seja processado pela família da artista, enquanto outros apontaram que dar visibilidade ao nome dele apenas alimenta o ciclo. “Silenciem esse cara. Quem ainda paga para ver um show dele compactua com esse tipo de discurso”, escreveu um usuário.
Também houve quem lembrasse que Léo Lins se mantém em evidência justamente com esse tipo de polêmica. "Ele entendeu como o algoritmo funciona: quanto mais cruel, mais falam dele. O problema é quem continua dando palco", escreveu outro perfil.
Não é a primeira vez que Léo Lins se vê no centro de uma controvérsia por piadas consideradas ofensivas. Pessoas com deficiência, vítimas de tragédias, comunidades marginalizadas e até crianças já foram alvo de seus textos, o que lhe rendeu processos, cancelamentos de shows e punições na TV. Recentemente, ele foi condenado a oito anos de prisão.
Apesar disso, o humorista segue com plateias cheias. Boa parte do público o defende em nome da liberdade de expressão, embora críticos argumentem que rir da dor de alguém, especialmente quando essa pessoa acaba de morrer, extrapola qualquer defesa artística. Até a publicação deste texto, Léo Lins não havia se manifestado sobre a repercussão.
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