A autora de 'Vale Tudo', Manuela Dias, merece reconhecimento por dar novos contornos a figuras que, na versão original, passaram quase despercebidas. O caso de Lucimar (Ingrid Gaigher) e Vasco (Thiago Martins) com a guerra pela pensão alimentícia rendeu bons frutos fora das telas. Assim como a leucemia de Afonso (Humberto Carrão), que humanizou o personagem e o fez ganhar respeito do público.
Por outro lado, alguns personagens parecem ter feito estágio com o Mestre dos Magos, do clássico desenho dos anos 90, Caverna do Dragão. Eles somem do nada, no auge da história, e reaparecem do jeito mais aleatório possível, como se nunca tivessem feito falta.
Do nada, estão lá, soltam uma frase, criam uma pontinha de expectativa e desaparecem de novo, deixando o público se perguntando: “ué, mas esse personagem ainda existe na novela?”. Veja a lista!
Daniela, a filha de Consuelo (Belize Pombal) é o exemplo extremo de personagem sem vida. A educada e organizada estudante começou vendendo sanduíches na praia com Raquel (Taís Araujo), ajudou Lucimar a resolver sua situação com o ex-marido, mas logo perdeu espaço.
Quando não está em cima da moto, aparece apenas para esconder o namoro do irmão ou trocar beijos no namorado, Luciano (Licínio Januário). Faltou molho na história da talentosa atriz Jessica Marques.
A esposa de Bartolomeu seguiu como uma boa dona de casa, assim como Iris Bruzzi fez em 1988. Nesta versão, ganhou ares modernos, como a participação de uma campanha para a terceira idade, e, há pouco, rendeu um momento icônico ao esfregar a mão na cara de Odete (Debora Bloch). Fora isso, a costureira some como o vento.
Bruno (Miguel Moro), filho de Leila (Carolina Dieckmmann) e Ivan (Renato Góes) passa pela mesma situação. Suas cenas pouco acrescentam, e o personagem poderia ter ganhado força em uma amizade com Jorginho (Rafael Fuchs), a criança mais ativa do núcleo infantil.
A história que envolve Laís (Lorena Lima), Cecília (Maeve Jinkings) e Sarita (Luara Telles) não ganhou o carinho do telespectador. E isso não tem a ver com a interpretação das atrizes. O núcleo de Paraty é solar, porém vazio, triste, e tinha potencial para discutir questões sociais e culturais com profundidade.
Carlos, vivido por Felipe Ricca (filho de Adriana Esteves e Marco Ricca), também surge raramente na trama. Embora não tenha uma história própria, o personagem poderia ter sido um calcanhar de Aquiles de André (Breno Ferreira), lembrando que, em determinado momento, pareceu ser um rapaz invejoso. Ele entra mudo e sai calado.