O rapper Oruam atacou policiais a golpes de pedras para impedir uma decisão judicial de busca e apreensão contra um menor acusado de praticar roubos, nesta segunda-feira (21),no Rio de Janeiro, no Joá, bairro da Zona Oeste do Rio. Em fevereiro, o filho de Marcinho VP foi preso duas vezes em uma semana, uma delas por conta de "cavalo de pau" dado com seu carro em rua da cidade.
O secretário de Polícia Civil Felipe Curi não mediu palavras ao definir Oruam. "É um marginal, bandido, delinquente, criminoso e associado para o tráfico — um bandido da pior espécie. Se havia alguma dúvida de que o Oruam seria um artista periférico ou um marginal da pior espécie, hoje nós temos certeza de que se trata", afirmou à telejornal da Globo.
"(Oruam) é um criminoso faccionado, ligado ao Comando Vermelho, facção que o pai dele, o Marcinho VP, controla a distância de fora do estado, mesmo estando preso em presídio federal", prosseguiu a respeito do funkeiro que tem como ídolo Elias Maluco, um dos assassinos do jornalista Tim Lopes.
Com o novo episódio em sua ficha criminal, Oruam vai ser indiciado a desacato, dano ao patrimônio público, associação ao tráfico e resistência qualificada, além de elo com o Comando Vermelho. O trapper é acusado de dar proteção a Menor Piu, 17 anos, classificado como um dos maiores responsáveis por roubos de automóveis no Rio.
De acordo com o secretário, as equipes não podiam entrar na casa de Oruam por ser madrugada. "Ficamos ali esperando a movimentação. Ele saiu da casa e, já em via pública, foi feita a abordagem", relatou Curi. Em seguida, Oruam atiçou a população contra os policiais, xingou os oficiais ("filho da p..." e "c...") e a situação piorou quando o menor foi colocado em uma picape, de onde escapou.
Um policial acabou ferido e um homem foi preso. "Não foi uma confusão: eles frustraram, eles impediram que uma ação legítima do Estado fosse concretizada", resumiu o secretário. "Após esse evento, ele fugiu e se escondeu no Complexo da Penha. Gravou um vídeo que é uma confissão. Trata-se de um marginal faccionado ligado à facção Comando Vermelho. E desafiando as autoridades de segurança pública a irem até lá para fazer a captura dele", prosseguiu Curi.
Já o trapper e filho de Marcinho VP em sua rede social fez provocações e acusações. "Aí, tropa (sic), posta isso daí, tropa (sic): tem mais de 20 viaturas na porta da minha casa. O mesmo delegado que me prendeu, eu estava saindo, botou uma pistola na minha cara, tentou me prender, conseguimos sair", disse ele, que já rejeitou o rótulo de "filho de traficante".
O pai dele, líder de facção criminosa, foi preso em agosto de 1996 no Sul do país por tráfico de drogas e homicídios.