Professor do curso "Como Educar Filhos Financeiramente Inteligentes", da Smarter, e membro do Conselho de Consultores Financeiros Digitais da CNBC, o psicólogo e professor Brad T. Klontz recentemente publicou um artigo onde sugere que os pais evitem frases definitivas, como "não temos dinheiro" ou "não podemos comprar", durante conversas com os herdeiros.
Crianças são imprevisíveis e, influenciados pela onda do momento ou pelos amiguinhos, podem pedir coisas que ultrapassam o orçamento da família. No entanto, negar o pedido de forma tão abrupta pode gerar consequências futuras para os jovens, como endividamento.
O psicólogo destaca que os pais também podem sentir “sentimentos de vergonha por não poder dar a eles o que os outros têm", o que gera irritação. Em seu artigo, ele explica por que essas frases mais ríspidas devem ser eliminadas e sugere uma série de opções para substituir e fazer a criança entender o motivo daquele não.
As crianças são capazes de perceber quando não é verdade que os adultos não podem comprar alguma coisa. Afinal, em casos de emergência, sempre se dá “um jeitinho” para solucionar tal problema, seja encontrando um trabalho extra ou vendendo pertences. "Provavelmente dá para encontrar um jeito de conseguir, então dizer 'Não podemos comprar' geralmente não é suficiente", alerta o psicólogo.
Klontz explica que, assim como acontece com o doce, a privação de algo pode gerar compulsão no futuro. Se as crianças crescem ouvindo apenas "não temos dinheiro", elas podem "internalizar um sentimento de escassez financeira". Quando chegam à idade adulta, com acesso a cartões de crédito, empréstimos e financiamento facilitado, sua resposta emocional pode ser: "finalmente, posso ter o que nunca tive".
Explicar com transparência o motivo da recusa da compra pode ser uma excelente oportunidade de ensinar a uma criança o valor do dinheiro. "Explicar a uma criança por que você não está comprando algo para ela é diferente. Em vez de incutir a ideia de que dinheiro é escasso, você pode se concentrar em ensiná-la os motivos pelos quais você prioriza outras coisas", argumenta o psicólogo.
É o momento perfeito para explicar por que certas despesas não estão no orçamento, por que sua família está economizando, por que vocês priorizam metas de longo prazo em vez de pensar no curto prazo, como gastar demais em certas coisas leva a problemas financeiros e por que a gratificação adiada é importante.
Não os desencoraje se pedirem algo irrealista. Use isso como inspiração. "Conte a eles sobre empreendedores e investidores que acumulam fortunas suficientes para realizar sonhos como esse e como seu filho também pode se esforçar para alcançar grandes objetivos", conclui o especialista.
(com informações da cadeia de rádio Cadena SER)
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