
A nova versão de "Vale Tudo", exibida na faixa das 21h na TV Globo, está enfrentando uma tempestade longe das câmeras — e o problema vai muito além das faíscas entre Bella Campos e Cauã Reymond. Fontes ligadas à produção relatam um cenário de desorganização nos bastidores, onde a ausência de uma liderança firme na direção estaria abrindo espaço para que atores veteranos assumam funções que deveriam estar restritas à equipe técnica.
Segundo informações obtidas pela coluna Splash, diretores como Paulo Silvestrini, responsável geral pela obra, e seu braço direito Cristiano Marques, não têm conseguido conter a atuação “exuberante” de certos integrantes do elenco. O resultado? Um set cada vez mais instável, onde marcações de cena, tons de voz e até enquadramentos são discutidos e decididos pelos próprios atores — algo raro (e polêmico) na dramaturgia da emissora.
Entre os casos mais comentados está o de Julio Andrade, intérprete de Rubinho. Durante a gravação da cena da morte de seu personagem — exibida na última terça-feira — o ator teria interrompido diversas vezes as filmagens para revisar material e sugerir alterações. Apesar da postura cordial, sua busca por perfeição teria causado atrasos e retrabalho para a equipe.

Outro nome recorrente nas queixas dos bastidores é Cauã Reymond, que vive o golpista César. Conhecido por opinar sobre as decisões da direção, Cauã estaria indo além de suas atribuições, sendo apontado por colegas como um dos que mais interferem nas escolhas cênicas. A diferença, segundo relatos, está no estilo de abordagem: enquanto Julio busca diálogo, Cauã seria mais direto — e menos flexível.
Com a direção perdendo espaço, a produção acabou presenciando momentos de verdadeiro improviso. Em uma cena recente com Carolina Dieckmann (Leila) e João Vicente de Castro (Renato), filmada em um restaurante, o caos tomou conta. Fontes descrevem um ambiente tão desorganizado que os próprios atores acabaram guiando a gravação, com o diretor presente praticamente em modo espectador.
Diante do cenário, Silvestrini teria retomado pessoalmente as rédeas de algumas cenas centrais da trama — especialmente aquelas envolvendo os personagens Maria de Fátima e César — numa tentativa de reorganizar os bastidores e reafirmar sua liderança.

Procurada pela imprensa, a Globo negou os relatos de descontrole. Em nota oficial, a emissora afirmou: “Paulo Silvestrini lidera uma equipe experiente de direção. O diretor está na TV Globo há mais de 30 anos, onde dirigiu dezenas de novelas, como "Torre de Babel", "Avenida Brasil" e "Joia Rara". É reconhecido e respeitado por atores e integrantes da produção.”
Apesar do esforço para minimizar os rumores, o clima nos corredores da emissora parece seguir tenso. E se a novela promete mostrar quem é quem na disputa por poder e ética na ficção, fora dela, o jogo de bastidores não fica muito atrás.