A moda é surpreendentemente cíclica. Por exemplo: quem tem mais de 30 anos deve se lembrar do revival dos anos 1980 que rolou no início dos anos 2000 (quando ser hipster estava começando a existir). Pois em 2018 estamos vivendo uma nostalgia dos anos 2000 que, por sua vez, passavam por uma nostalgia dos 80. Deu para entender? A gente simplifica: as ombreiras, as pochetes, cinturas marcadas, permanentes e outros elementos dos anos 80 estão de volta à moda, numa espécie de metarevival.
É assustador, mas pode reparar. As pochetes começaram a reaparecer, tímidas, há algumas temporadas, fazendo muita gente torcer o nariz para uma trend que parecia ser passageira. Agora elas mostram que chegaram para ficar e já foram incorporadas no guarda-roupa até de quem era mais resistente à bolsinha de usar na cintura. O mesmo está acontecendo com os chamados "tênis do papai", ou chunky sneakers.
De 4, 5 temporadas para cá, elementos 80s vêm reaparecendo pouco a pouco. O abrigo de náilon colorido, o biquíni asa-delta, os cabelos com permanente, as blusas e vestidos de um ombro só, as ombreiras, os cintos largos marcando a cintura, os tons de neon e os babados volumosos são só alguns dos elementos que vêm invadindo as passarelas. Até que algumas delas trouxeram desfiles inteiros com referências 80s, como foram os casos da Chanel, da Redemption e de Giambattista Valli na Semana de Alta-Costura de Paris.
Não só os elementos de beleza e itens de moda – em si – que, dos anos 80, estão de volta. Mas também uma atitude maximalista (que tanto combina com o espírito dos tempos, de exibicionismo extremo) que traz consigo uma profusão de cores vibrantes, volumões, paetês e peças polêmicas para serem usadas sem medo de ser feliz. E se for para aderir à tendência, é bom que seja assim, livre de julgamentos, já que um look total anos 80 é para quem sustenta o carão. Se o caso for de introduzir, homeopaticamente, alguns dos itens citados na produção da vida real, a dica é misturá-los a peças mais simples, fazendo com que o look fique equilibrado e ideal para o dia a dia. A não ser que você trabalhe com moda, vá a uma festa temática ou já tenha incorporado o estilo na vida.
(por Deborah Couto)