Trump declara guerra comercial total e tarifa contra China salta para 125% — entenda os impactos para o Brasil
Publicado em 9 de abril de 2025 às 17:39
Por Pedro Henrique Cabo | Colaborador
Geek fashionista que canta 'Let It Go' no chuveiro, trata 'O Diabo Veste Prada' como religião e escolheu Piplup como seu inicial. Jornalista metido a designer, cinéfilo de Letterboxd e amante das artes.
Após a China afirmar que "lutará até o fim" contra as tarifas dos Estados Unidos, o presidente norte-americano tomou uma nova decisão drástica
Trump declara guerra comercial total e tarifa contra China salta para 125% — entenda os impactos para o Brasil Donald Trump durante discurso em evento republicano, onde defendeu o aumento das tarifas contra a China. Produtos chineses devem ficar significativamente mais caros nos EUA após nova tarifa de 125%. Porta-voz do governo chinês, Mao Ning, critica a política tarifária dos EUA e compara crise atual à Grande Depressão. Trump anuncia nova tarifa por meio da Truth Social, rede que substitui o X, antigo Twitter em sua comunicação oficial.
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A guerra comercial entre Estados Unidos e China acaba de ganhar um novo e turbulento capítulo. Na tarde desta quarta-feira (9), o presidente norte-americano Donald Trump, que tem obsessão por bronzeamento, por meio da Truth Social — sua própria rede social, equivalente ao antigo Twitter, agora chamado de X — o aumento imediato das tarifas sobre produtos chineses para impressionantes 125%. A medida, segundo ele, é uma resposta à “falta de respeito da China aos mercados mundiais”.

Estou aumentando a tarifa cobrada da China pelos Estados Unidos da América para 125%, com efeito imediato”, declarou Trump em um tom combativo.

O anúncio ocorre poucos dias após Pequim retaliar o tarifaço inicial de Washington com uma alíquota de 84% sobre produtos norte-americanos. O governo chinês, em resposta à nova escalada, já prometeu reagir "até o fim", acirrando ainda mais a tensão entre as duas maiores economias do planeta.

Trégua estratégica: Trump reduz tarifas para outros países

Curiosamente, ao mesmo tempo em que endurece o tom com a China, Trump abriu espaço para o alívio: reduziu para 10% as tarifas de importação aplicadas a outros países por um período de 90 dias. Segundo o presidente, mais de 75 nações procuraram os EUA para negociar acordos comerciais desde o início da nova política tarifária, implementada no dia 2 de abril.

“Autorizei uma pausa de 90 dias e uma tarifa recíproca substancialmente reduzida durante esse período, de 10%, também com efeito imediato”, afirmou.

China alerta para 'Caixa de Pandora'

A decisão de Trump levou o governo chinês a lembrar um episódio sombrio da história econômica mundial. Em comunicado, Pequim comparou a nova política tarifária dos EUA à famosa Lei Smoot-Hawley de 1930 — medida protecionista americana que, segundo historiadores, agravou a Grande Depressão.

“As Tarifas Recíprocas correm o risco de abrir novamente a Caixa de Pandora”, declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.

Além disso, autoridades chinesas acusaram os EUA de "bullying" e "atos intimidatórios", afirmando que a China “jamais aceitará tais atos hegemônicos”. Trump, por sua vez, acusou os chineses de manipular a moeda e “passar a perna” nos EUA há décadas.

O clima entre EUA e China esquenta

Durante um jantar com líderes republicanos na última terça-feira (8), Trump revelou o tom informal e agressivo das conversas diplomáticas com outros países:

“Esses países estão puxando meu saco. Estão doidos para fazer um acordo”, afirmou, usando a expressão em inglês "kissing my ass".

Segundo o ex-presidente, agora em campanha pela reeleição em 2024, a nova postura dos EUA é parte de um reposicionamento geopolítico que visa restaurar o que ele chama de “justiça comercial”.

Entenda como o tarifaço chegou aos 125%

A escalada das tarifas não aconteceu da noite para o dia. Veja como os EUA chegaram ao número atual:

  • Fevereiro: uma nova tarifa de 10% foi adicionada aos 10% já existentes, somando 20%;
  • 2 de abril: Trump anunciou uma taxa extra de 34%, elevando o total a 54%;
  • Retaliação chinesa: Pequim respondeu com tarifas de 34% sobre produtos americanos;
  • 5 de abril: Washington anunciou mais 50% em tarifas;
  • 9 de abril: Trump aumentou para 125%, a maior tarifa já registrada contra um país específico nesta nova era comercial.
Impactos no Brasil: o que muda para os brasileiros?

Embora o embate seja entre Estados Unidos e China, os efeitos da guerra comercial já começam a ser sentidos no Brasil. Especialistas alertam que o tarifaço pode afetar diretamente setores como o agronegócio, a indústria e o comércio exterior.

Com a tarifa de 125%, produtos chineses tendem a ficar mais caros nos EUA, abrindo espaço para outros países — como o Brasil — ganharem competitividade em áreas como soja, carne e minerais. No entanto, esse possível "benefício" vem acompanhado de riscos.

Caso a China redirecione seus produtos antes destinados aos EUA para outros mercados, incluindo a América Latina, empresas brasileiras podem enfrentar concorrência desleal em seus próprios territórios, pressionando preços e margens de lucro.

Além disso, uma desaceleração global causada pela tensão prolongada entre as duas potências pode afetar negativamente as exportações brasileiras, o dólar e os investimentos estrangeiros.

“O Brasil pode ganhar no curto prazo em alguns setores, mas os riscos de médio e longo prazo são grandes. Essa instabilidade prejudica previsibilidade, investimentos e segurança nas trocas comerciais”, afirma a economista Mariana Passos, da FGV.

Ou seja: o efeito dominó da guerra comercial não respeita fronteiras. E o Brasil, como economia globalizada, sente cada peça que cai.

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