
Um escândalo familiar tomou conta do universo da música e do entretenimento nos últimos dias. O rapper Emicida, um dos nomes mais influentes do hip-hop nacional, acusou seu próprio irmão, Evandro Fióti, de desviar cerca de R$ 6 milhões da Laboratório Fantasma, empresa fundada por ambos. O caso, que veio à público através de uma matéria exclusiva do portal Léo Dias, tem gerado grande repercussão nas redes sociais e divide opiniões.
Segundo o portal Léo Dias, o rompimento entre os irmãos Emicida e Evandro Fióti aconteceu em novembro de 2024, quando o rapper decidiu retirar o irmão do quadro societário da empresa LAB Fantasma. Em dezembro do mesmo ano, ambos assinaram um acordo formalizando a saída de Fióti e definindo os termos da gestão da empresa.
Na última sexta-feira (28), Emicida utilizou as redes sociais para anunciar oficialmente o fim da parceria empresarial com seu irmão, Evandro Oliveira, conhecido artisticamente como Fióti. Os irmãos começaram a trabalhar juntos em 2009, quando fundaram a Laboratório Fantasma, uma empresa afro-empreendedora localizada na periferia da Zona Norte de São Paulo.

“Informamos que, a partir desta data, Evandro Roque de Oliveira (Fióti) não representa mais os interesses da carreira artística de Leandro Roque de Oliveira (Emicida)”, declarou o comunicado publicado no Instagram do músico. O post foi bloqueado para comentários.
Agora, a disputa tomou rumos judiciais. Fióti processa Emicida alegando descumprimento do acordo e questiona movimentações financeiras após sua saída. Ele solicita o bloqueio das contas bancárias da empresa e busca impedir que o rapper se apresente como único dono do grupo.

Por outro lado, Emicida se defende, afirmando que sempre foi o sócio majoritário, com 90% das cotas, enquanto Fióti detinha apenas 10%. Além disso, ele acusa o irmão de desviar R$ 6 milhões entre junho de 2024 e fevereiro de 2025.
De acordo com informações obtidas pelo portal LeoDias, Emicida identificou transferências suspeitas feitas por Fióti para contas pessoais, totalizando cerca de R$ 4 milhões em 2024 e mais R$ 2 milhões em 2025. Entre as transações apontadas estão:
- Duas transferências de R$ 250 mil em 3 de junho de 2024
- Duas transferências de R$ 250 mil em 4 de junho de 2024
- Duas transferências de R$ 500 mil em 26 de junho de 2024
- Outras transações que totalizam os R$ 6 milhões ao longo dos meses
A equipe jurídica de Emicida afirma que a revogação da procuração de Fióti ocorreu após a descoberta dessas movimentações.

Nesta terça-feira (01), o irmão de Emicida decidiu esclarecer algumas acusações por meio de uma nota publicada em seu perfil do Instagram. Fióti nega qualquer irregularidade e argumenta que os R$ 2 milhões transferidos em 2025 foram divididos igualmente entre os irmãos, conforme um acordo previamente estabelecido. Para comprovar sua versão, anexou ao processo um e-mail enviado a Emicida em janeiro de 2025 informando sobre a distribuição dos valores.
Além disso, ele reforça que todas as movimentações durante sua gestão foram feitas de forma transparente e dentro dos procedimentos financeiros da empresa. Em nota oficial, Fióti declarou que a acusação de desvio é falsa e que tomará medidas legais contra a divulgação distorcida de informações do processo.

Em manifestação no processo, a defesa de Emicida acusou Fióti de reduzir drasticamente sua carga de trabalho antes de sua saída da empresa. De acordo com o portal Léo Dias, os advogados do rapper, desde fevereiro de 2025, Fióti passou a dedicar apenas duas horas diárias às atividades da LAB Fantasma, decisão tomada de maneira unilateral e por livre vontade. Esse fato é utilizado como argumento pela equipe jurídica de Emicida para contestar as exigências do irmão na disputa judicial.
A mãe de Emicida e Fióti, Dona Jacira, parece ter tomado partido na disputa entre os filhos. Antes mesmo do caso se tornar público, ela deixou de seguir Emicida nas redes sociais e aparentemente demonstrou apoio a Fióti com publicações e indiretas.
Após o anúncio oficial da separação empresarial, Dona Jacira posou para uma foto ao lado de Fióti, acompanhada da legenda: “Te amo, obrigado por tudo, rainha.” Segundo o portal Léo Dias, pouco depois, compartilhou uma mensagem enigmática nas redes sociais, que foi interpretada como uma indireta a Emicida. Esses sinais reforçam a divisão dentro da família em meio ao embate judicial.
O processo segue sob sigilo e aguarda a defesa formal de Emicida. O caso ainda deve se desdobrar nos tribunais nos próximos meses.