





O caso da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, presa em um penhasco no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, na Indonésia, ganhou contornos ainda mais dramáticos nesta segunda-feira (23). O pai da jovem, Manoel Marins Filho, que tenta desesperadamente chegar ao país asiático, falou publicamente pela primeira vez: "Estou a caminho daquele país e espero voltar com minha filha viva."
A mensagem foi deixada em um comentário no perfil do presidente Lula no Instagram, onde ele agradeceu os esforços do Ministério das Relações Exteriores e da embaixada do Brasil na Indonésia. Emocionado, Manoel também prestou agradecimentos a amigos e desconhecidos que vêm se mobilizando em apoio à família.
O drama de Manoel ganhou um novo capítulo quando ele relatou, por meio de seus stories, um obstáculo inesperado: o fechamento do espaço aéreo do Qatar, após o ataque do Irã contra bases dos Estados Unidos na região. Ele foi impedido de seguir viagem durante uma escala em Lisboa, e agora aguarda autorização para continuar o trajeto.
"Não sei se vou poder voar hoje. Peço a Deus que possamos seguir com a viagem."
Juliana se acidentou na última sexta-feira (20), enquanto fazia trilha na encosta do Rinjani, um dos destinos turísticos mais famosos da Indonésia. Com o uso de um drone, ela foi localizada a cerca de 500 metros de profundidade, em uma área rochosa e extremamente íngreme. As imagens mostram a jovem visualmente imóvel.
O resgate, que já dura três dias, enfrenta dificuldades severas com o terreno e o clima da região. Duas tentativas de salvamento já foram interrompidas por chuvas e falhas técnicas na ancoragem das cordas. De acordo com o Parque Nacional do Monte Rinjani, duas saliências rochosas bloquearam o avanço das equipes até o ponto onde Juliana está.
Segundo especialistas em resgate em área selvagem, as primeiras 72 horas são cruciais para encontrar vítimas com vida em situações como essa. Diante das dificuldades terrestres, as autoridades estudam o uso de um helicóptero, mas a viabilidade depende de condições climáticas favoráveis e de segurança para os socorristas.
Na noite de domingo (22), o Itamaraty informou que o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu ao governo da Indonésia que envie reforço às equipes de resgate. A solicitação oficial partiu do governo brasileiro diante da gravidade do caso e da comoção pública que mobiliza as redes sociais.
A situação de Juliana Marins segue sendo acompanhada minuto a minuto por autoridades, familiares e por milhares de brasileiros que torcem por um desfecho positivo.


