Na próxima segunda-feira (1º), a Globo volta a exibir "Terra Nostra" (1999), novela de Benedito Ruy Barbosa que marcou uma geração. O folhetim, ambientado na imigração italiana para o Brasil no final do século XIX, consagrou o par romântico Giuliana (Ana Paula Arósio) e Matteo (Thiago Lacerda), mas também lançou ao estrelato uma atriz que, pouco tempo depois, levaria para casa um título improvável e inesquecível: Maria Fernanda Cândido foi eleita pelo público brasileiro "a mulher mais bonita do século" em uma pesquisa do "Fantástico".
Na trama, Maria Fernanda interpretava Paola, uma jovem italiana que cruzava o oceano em busca de um futuro melhor no Brasil. Era a estreia da atriz na Globo – e que estreia! Para viver a personagem, chegou a ter aulas para aprimorar o sotaque e mergulhou em referências de cinema neorrealista italiano, como "Ladrões de Bicicleta" e "Matrimônio à Italiana".
O resultado não poderia ser outro... uma interpretação elogiada pela crítica e pelo público, que chegou a comparar à lendária Sophia Loren. O Troféu Imprensa de Revelação veio logo em seguida. Mas ninguém esperava o que aconteceria em 2000, quando o "Fantástico" lançou uma votação popular para eleger "a mulher mais bonita do século". O Brasil votou e consagrou Maria Fernanda.
Anos depois, em entrevista ao jornal "O Globo", a atriz revelou que recebeu o título com sentimentos mistos. “É um sentimento meio a meio. Ao mesmo tempo em que uma parte minha ficou lisonjeada, por ser uma manifestação popular, esse não é o objetivo do meu trabalho. Não devemos levar isso tão a sério, assim como também não devemos levar a sério as críticas”, disse, sempre elegante. Em outras palavras: Maria Fernanda foi coroada musa nacional sem sequer tentar.
Embora tenha começado como modelo internacional antes da carreira de atriz, Maria Fernanda logo se consolidou como um dos maiores talentos de sua geração. Depois de "Terra Nostra", estrelou a minissérie "Aquarela do Brasil" (2000), viveu Nina em "Esperança" (2002) e colecionou prêmios, incluindo o Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado pelo filme "Dom" (2003).
Mais tarde, ela se reinventou em produções como "Capitu" (2008), "A Força do Querer" (2017), onde interpretou Joyce, mãe de um filho trans, e até embarcou no universo de "Harry Potter", no filme "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" (2022).
Hoje, vivendo entre o Brasil e a França, ela pode até não estar presente em todas as produções da Globo, mas sua marca está para sempre gravada na memória afetiva dos brasileiros!