





O apresentador Jonas Almeida, conhecido por ter comandado o programa “Vanguarda Mix”, da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo no interior de São Paulo, revelou o diagnóstico de câncer no pulmão. Ele deve ser submetido a uma cirurgia nesta quinta-feira (22) para retirada de 20% do órgão.
“É aquela coisa que a gente não quer que aconteça com ninguém, mas acontece. Eu estou com câncer no pulmão, vou tirar. Tiro um pedacinho do pulmão, 20%. Sai ele, junto com uns linfonodos que estão ali que parece que estão infectados. Depois, farei quimioterapia também”, explicou Jonas aos seguidores no Instagram.
Muita gente associa o diagnóstico de câncer de pulmão ao abuso de cigarro, o que não é errado. Afinal, o tabagismo responde por 80% das mortes pela doença no Brasil, segundo estudo divulgado pela Fundação do Câncer no ano passado. No entanto, observa-se um aumento no número de casos de pacientes que não fumavam com tumores no pulmão.
Um dos principais fatores para este cenário é o aumento na concentração de poluentes na atmosfera, como explica o médico oncologista Dr. Ramon Andrade de Mello. “Atualmente, sabemos que o ar que respiramos, principalmente nas grandes cidades, apresenta diversos poluentes, que são substâncias que podem estar relacionadas ao aumento da susceptibilidade de desenvolver o câncer, especialmente o de pulmão. Substâncias nocivas da atmosfera oriundas das fábricas, carros, aviões podem danificar as células do nosso organismo e gerar um tumor maligno", destrincha o especialista.
Nos últimos 20 anos, a parcela de não-fumantes diagnosticados com câncer de pulmão subiu de 8% para 15%, segundo um estudo norte-americano compartilhado pelo doutor. Uma pesquisa britânica registra o aumento de 13% para 28% nos últimos anos. A poluição do ar é uma das principais razões, segundo a Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão.
“A poluição do ar é o novo tabaco. Mas, diferentemente do cigarro, que exige força de vontade para parar de fumar, não inalar ar poluído é uma tarefa difícil”, comenta o médico.
As grandes vilãs são as partículas conhecidas como PM 2.5, que surgem através de queima de lixo e combustível, incêndios florestais e construção de estradas. “Assim como a fumaça do cigarro, essas minúsculas partículas de poluição são sugadas profundamente para dentro dos pulmões, danificando o DNA dentro das células e aumentando o risco de câncer”, resume o doutor.
O câncer de pulmão pode ser uma doença sem sintomas, por isso, é importante manter os exames em dia caso um familiar próximo seja diagnosticado. “Alguns pacientes podem sentir aperto no peito e tosse. E, nesse caso, dependendo do local que vivem, é indicado que seus familiares também façam um rastreio, pois podem ser assintomáticos. O exame de rastreamento mais utilizado é a tomografia computadorizada de baixa dose de radiação (TCBD). A TCBD é um procedimento rápido, que não exige preparo e não utiliza contraste”, explica o oncologista.