Superar a dependência do álcool nunca é um processo fácil e muitas celebridades encontraram no Alcoólicos Anônimos (AA) uma forma de recomeçar. O grupo de apoio, que segue os conhecidos 12 passos de recuperação, já recebeu nomes de peso de Hollywood e também artistas brasileiros.
De Brad Pitt a Vera Fischer, passando por Zac Efron, Naomi Campbell e até Elton John, várias estrelas dividiram publicamente como as reuniões ajudaram em momentos decisivos de suas vidas. Vamos aos detalhes!
Brad Pitt começou a frequentar reuniões do AA em 2016, após a separação conturbada de Angelina Jolie. O ator descreveu a experiência como transformadora. “Eu estava praticamente de joelhos, muito aberto, tentando qualquer coisa. Foi uma experiência especial”, contou durante participação no podcast "Armchair Expert", de Dax Shepard.
Em entrevista à revista "Playboy", o astro de “Homem-Aranha” revelou que o AA foi essencial em 2003: “É tudo prático. Não há falhas no programa. Eu entro, peço ajuda. Mudou totalmente minha vida”.
Outro astro de Hollywood que encontrou apoio no grupo foi Zac Efron, o eterno Troy Bolton de "High School Musical". Em entrevista citada pelo "The Hollywood Reporter", o ator contou que começou a frequentar as reuniões em 2013: “Eu estava bebendo muito, demais. Comecei a ir [ao AA] e acho que isso mudou minha vida. Estou muito mais confortável na minha própria pele. As coisas ficaram muito mais fáceis agora”.
A top model Naomi Campbell também não escondeu as dificuldades para manter a sobriedade. Em entrevista à "Vogue", ela revelou: “O período entre 1998 e 2005 foi especialmente ruim. Eu evitava me olhar no espelho, porque não gostava da pessoa que via. Para ficar sóbria, juntei-me ao Alcoólicos Anônimos”.
A atriz de “Sexta-Feira Muito Louca” também encontrou apoio nas reuniões. Jamie Lee Curtis entrou no AA em 1998 e comemorou sua jornada em um depoimento nas redes sociais: “Desde então, minha vida mudou completamente. Fiz amizades maravilhosas, ganhei uma vida em família e uma vida criativa que nunca imaginei possível”.
Ator e diretor premiado, Ben Affleck se tornou um participante ativo do AA. Em entrevista ao "The Hollywood Reporter", ele destacou a importância do coletivo: “Às vezes as pessoas me ligam pedindo ajuda, e isso me faz sentir muito bem. O truque do programa é esse: ajudar outras pessoas porque isso ajuda você ainda mais”.
Entre os casos mais curiosos está o de Demi Lovato. Segundo contou à Billboard, a cantora deixou o glamouroso Met Gala de 2016 para ir direto a uma reunião: “Eu troquei de roupa, mas ainda estava com milhões em diamantes em uma reunião do AA. Me identifiquei muito mais com as pessoas dali do que com quem estava no baile”.
Vale lembrar que, na ocasião, fãs da cantora chegaram a dizer que Nicki Minaj havia feito bullying com a estrela no evento, o que poderia ter gerado um gatilho na eterna Mitchie Torres, de "Camp Rock".
Lindsay Lohan revelou já em 2006 que frequentava reuniões havia um ano. Mais tarde, voltou a ser notícia quando uma lista escrita durante seu tratamento no Betty Ford Center, em que citava antigos parceiros, foi divulgada sem sua autorização. “Era meu quinto passo no AA, algo muito pessoal. Foi realmente lamentável”, explicou no programa "Watch What Happens Live".
Antes de sua morte, Matthew Perry também foi membro do AA e chegou a apadrinhar outros colegas. Em entrevista ao "The New York Times", o ator destacou que, apesar da ajuda, o programa reforçava um estigma: “Isso sugere que existe um estigma e que precisamos esconder. Essa não é uma opinião popular, diga-se de passagem”.
O ator de “Transformers” contou ao podcast "Real Ones with Jon Bernthal" que chegou ao AA em um momento extremo, incentivado por Josh Brolin. Segundo o TooFab, ele relatou: “Eu estava com a arma na mão, pronto para desistir. Depois de alguns minutos naquela reunião online, senti uma presença. Foi a primeira vez que estive realmente presente na vida”.
Ícone da música mundial, Elton John celebrou em 2020 os 30 anos de sobriedade. Conforme relatado pelo TooFab, ele destacou que as reuniões virtuais durante a pandemia foram essenciais: “Sou alcoólico em recuperação, então tenho uma reunião do AA todo domingo. Se não fosse pelo Zoom, não sei o que teríamos feito. Foi um salva-vidas”.
O cantor Jelly Roll contou em entrevista à rádio SiriusXM, que foi obrigado por um juiz a comparecer ao AA ainda na adolescência. “Eu definitivamente me lembro da primeira vez em que encontrei consolo naquelas salas. Acho que todo mundo deveria experimentar, mesmo quem nunca bebeu”, disse.
No Brasil, Vera Fischer também encarou o alcoolismo com a ajuda do Alcoólicos Anônimos. De acordo com reportagem da Folha de S.Paulo, publicada em 1997, a atriz voltou a frequentar reuniões do grupo enquanto estava internada na clínica Solar do Rio, em Santa Teresa, para tratar da dependência de álcool e drogas. À época, Vera participou de encontros no Jardim Botânico e em Copacabana, no Rio de Janeiro.
Discreta, ela chegou a posar sorridente para fotógrafos na saída de uma das reuniões, mas evitou dar entrevistas sobre o tratamento. A luta contra o vício aconteceu em meio a uma carreira já consolidada. Símbolo nacional desde que venceu o Miss Brasil 1969, Vera brilhou em produções de sucesso como Brilhante (1981), Riacho Doce (1990) e O Rei do Gado (1996).
Mesmo atravessando períodos turbulentos na vida pessoal, ela conseguiu se reerguer e seguir atuando, consolidando-se como uma das grandes estrelas da teledramaturgia brasileira.