Fabio Assunção abriu o coração e falou sem papas na língua sobre os momentos de maior dificuldade de sua vida pessoal, marcada por dependência química e volta por cima. "A dependência não escolhe se a pessoa é rica, pobre, culta...", pontuou durante o quadro "Pode perguntar", exibido pelo "Fantástico" deste domingo (03).
"Com 25 anos eu já tinha minha casa, minhas coisas. Mas eu também vivia muito sozinho, então eu entrei em um colapso. Mas quando eu fazia 'Negócio da China' eu tive que sair no meio da novela pra me tratar, colocar minha vida em ordem. Mesmo sabendo a exposição que eu ia ter em relação a isso. Então esse foi um momento difícil", lembrou.
Apesar disso, o ator garantiu que não gostaria de apagar o passado de envolvimento com drogas. "Tem coisas que a gente fez na vida que se a gente for pensar hoje, vejo que não foi legal. Mas se eu apagar isso é como se eu apagasse quem sou eu hoje", justificou.
"Eu sou resultado desses 53 anos que eu tive. Eu tive minhas internações e isso normalmente faz com que a gente sinta vergonha. Mas quem está no mundo que não tem suas dores, suas dificuldades? Durante um tempo eu ficava com essa vergonha, quase me desculpando pro mundo. Mas o que eu vivi me mostrou que eu sou um ser humano", avisou.
Fabio ainda assumiu que apesar de estar livre das drogas, não se sente totalmente curado de sua dependência. "Nada tá garantido. Você pode recair, ter novos problemas. Mas eu faço análise e hoje acho que minha vida já está normalizada de alguma maneira", explicou.
Para surpresa de todos, Fabio Assunção contou que foi assediado quando tinha apenas 8 anos de idade. "Eu tive um vizinho quando eu era garoto que me chamou para ir ao apartamento dele em Santos. Eu entrei e ele começou a me mostrar um monte de revistas. Daqui a pouco ele botou a mão em mim [disse apontando para suas partes íntimas] e eu saí correndo", relatou.
O artista disse que apesar de não saber que aquilo se tratava de um assédio, saiu correndo e contou para a mãe e a irmã, que não acreditaram. "Imagina, é nosso vizinho de muitos anos", contou o que ouviu como resposta. "Eu nunca falei sobre isso porque eu não acho que dê pra comparar os assédios de um homem com os de uma mulher", encerrou.