






Se tem algo que o Carnaval ensina ano após ano é que os pequenos detalhes podem se transformar em símbolos inesquecíveis. E foi exatamente isso que aconteceu há 26 anos, quando Luma de Oliveira surgiu na Marquês de Sapucaí usando um acessório que se tornaria um dos adereços mais comentados da história dos desfiles: uma coleira preta com o nome “Eike” em destaque, em homenagem ao então marido, o bilionário Eike Batista.
Na época, a peça se tornou um fenômeno midiático e rendeu à ex-modelo debates acalorados sobre submissão, feminismo e liberdade individual. O acessório usado por Luma no desfile da Tradição em 1998 virou capa de jornais e dividiu opiniões.
De um lado, críticos — especialmente do movimento feminista — apontavam que a gargantilha remetia à ideia de "posse" e submissão a um homem. Do outro, a própria rainha de bateria e seus fãs defendiam que o Carnaval é uma celebração da liberdade, e que a escolha da peça nada mais era do que um gesto romântico, sem nenhuma conotação de obediência.
"Na época, fui muito julgada pelas feministas, mas não é difícil entender que a liberdade conquistada é exatamente para fazer o que você tem vontade, e não o que é imposto", disse Luma anos depois, ao portal UOL. A rainha de bateria, que desfilou até 2009, nunca demonstrou arrependimento pelo acessório icônico.
Pelo contrário, viu sua escolha virar tendência — tanto que, até hoje, recebe mensagens de pessoas que repetem o gesto em festas, ensaios e até mesmo em casamentos.
Avançamos para 2025 e uma nova musa atravessa a Sapucaí ostentando um acessório que também carrega significado pessoal. Fabíola de Andrade, influenciadora e rainha de bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, surgiu na avenida usando um colar com a letra "R", em referência ao marido, Rogério Andrade. Assim como no caso de Luma, o gesto não passou despercebido, mas, desta vez, a polêmica tomou outro rumo.
Isso porque Rogério Andrade, patrono da escola, está preso desde o ano passado, acusado de envolvimento na morte de um rival. Ao contrário da homenagem glamourosa feita por Luma nos anos 90, a escolha de Fabíola levanta questões sobre lealdade, status e a relação entre Carnaval e poder. Eita!