
A morte do Papa Francisco, nesta segunda-feira (21), pegou o mundo de surpresa e mobilizou toda a imprensa. No entanto, um veículo brasileiro parece estar mais alheio a esta cobertura histórica. Trata-se da Record TV.
A emissora não ignorou a morte de Francisco, mas fez uma cobertura bem aquém das concorrentes, com muito menos tempo de tela. A Record só noticiou o falecimento do pontífice às 6h, quase 50 minutos após a informação ser confirmada.
Enquanto o SBT e a TV Globo mudaram as pautas para se dedicar à cobertura da morte de Francisco, a Record exibiu reportagens sobre futebol, diabetes, feriado com chuvas e até um pitbull que escalou o portão de uma casa ao longo da manhã.

No X, antigo Twitter, a emissora de propriedade de Edir Macedo recebeu críticas. “A Record tratou a morte do Papa como irrelevante na programação”, escreveu um perfil. “Não é sobre religião, mas sobre a importância histórica de um líder que tocou milhões. A ausência dessa cobertura já diz muito”, refletiu um usuário.
A Record TV foi comprada pela Igreja Universal do Reino de Deus em novembro de 1989, em uma transação avaliada em 45 milhões de dólares (na época, cerca de R$ 90 milhões). À beira da falência, a emissora pertencia à família Machado de Carvalho, fundadora do canal, e a Silvio Santos, com porcentagens iguais para cada.
Em 2023, a Record emitiu um comunicado intitulado “Record TV informa que não tem religião”. “A Record TV vem a público declarar que é contra qualquer tipo de intolerância, inclusive a religiosa. Portanto, o Grupo Record anuncia que tomará todas as providências judiciais necessárias com relação a acusação sofrida nesta quarta (31)”, diz a nota.
A acusação em questão era de que a emissora demitiu autores que se recusaram a se converter para a religião evangélica. Segundo informações do site Notícias da TV, a autora Paula Richard entrou com um processo contra a Record por intolerância religiosa.