Você sabia que é possível acalmar alguém furioso em menos de dois minutos? A técnica, desenvolvida pelo advogado e mediador norte-americano Douglas E. Noll, promete transformar discussões explosivas - tais como as que acontecem em "A Fazenda" - em conversas equilibradas - seja no trabalho, com o parceiro, familiares ou amigos.
Autor do livro "Desescalar: Como acalmar uma pessoa furiosa em menos de 90 segundos", Noll é referência em mediação de conflitos e já atuou em lugares tão distintos quanto o Congresso dos Estados Unidos e prisões de segurança máxima. Segundo ele, a chave está em usar as emoções, não a lógica, para lidar com o outro.
“Não se pode resolver um problema emocional com racionalidade. É preciso usar ferramentas emocionais para resolver problemas emocionais”, explica o especialista.
A neurociência mostra que o cérebro reage emocionalmente antes mesmo de a razão entrar em cena. Pesquisadores como Antonio Damásio já apontaram que nossas decisões são guiadas por respostas emocionais profundas, chamadas de “marcadores somáticos”. Isso significa que, diante da raiva, o cérebro aciona padrões aprendidos na infância - reações automáticas e inconscientes.
Por isso, Noll defende que, diante de alguém irritado, o primeiro passo é ignorar as palavras ofensivas e prestar atenção nas emoções por trás delas.
O método proposto pelo especialista é simples, mas poderoso:
- Ignore o conteúdo verbal - não se prenda às ofensas ou críticas; foque no que a pessoa está sentindo.
- Identifique as emoções - tente “rotular” o sentimento do outro (“você parece frustrado”, “eu vejo que isso te deixou magoado”).
- Mostre empatia - demonstre que compreende o que ela está vivendo, sem julgamento nem defesa.
Quando alguém percebe que foi ouvido e compreendido, o cérebro desativa o “modo de ataque” e a tensão começa a diminuir em segundos.
Douglas Noll afirma que aplicar essa técnica não só ajuda a resolver conflitos imediatos, mas também fortalece os laços emocionais e cria relacionamentos mais saudáveis. É uma prática que pode - e deve - ser usada no cotidiano: com o chefe, o parceiro, os pais ou até com um desconhecido no trânsito.
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