Autora do livro 'Nutrir: receitas simples para o corpo e alma', Gisele Bündchen usou o conteúdo, lançado em 2024, para detalhar a sua dieta e hábitos saudáveis, além de dar receitas especiais, como uma salada com beterraba que é maravilhosa. Mas, além de revelar o que come, a modelo também listou o que não entra em sua cozinha nem com 'reza braba'.
Gisele Bündchen não consome açúcar branco e também abandonou o álcool e refrigerante há bons anos, substituindo por chás de diferentes ervas e infusões. E o que poucos não sabem é que a pasta de amendoim também não tem chance em sua dieta - e o motivo está relacionado à saúde.
No 'Nutrir', a ex-esposa de Tom Brady falou abertamente sobre o assunto e revelou que não come amendoim, nem mesmo a versão em pasta, muito famosa entre o público fitness - ela prefere dar preferência a outras substituições, como as amêndoas e castanhas. O motivo, segundo Gisele Bündchen, não tem nada a ver com uma possível alergia, e sim que a leguminosa seria inflamatória.
Ao citar os alimentos permitidos em sua dieta, no grupo das oleaginosas, ela opinou: "Todas, exceto amendoim, que é inflamatório". Mas será que é mesmo?
Por muito tempo, o amendoim foi acusado de ser inflamatório e até de prejudicar quem busca uma alimentação saudável, como Gisele Bündchen, referência em saúde para muitos, citou em seu livro. Mas as pesquisas mais recentes mostram o contrário e mostram que, quando consumido de forma natural, ele não aumenta a inflamação.
Um estudo publicado no 'American Journal of Epidemiology' (2016) analisou mais de seis mil participantes do 'Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis' (MESA) e descobriu que pessoas que consumiam amendoins, castanhas e sementes com frequência apresentavam níveis mais baixos de proteína C-reativa (PCR), um índica importante para medir a inflamação no corpo.
Já uma análise com 32 ensaios clínicos e publicada no 'American Journal of Clinical Nutrition', também concluiu que o consumo regular de nozes e amendoins não aumenta os marcadores inflamatórios do organismo, e ainda está relacionado a uma melhor função endotelial, um fator importante para a saúde cardiovascular.
Pesquisadores de Harvard reforçam a mesma conclusão. Em um estudo recente, eles observaram que o consumo de amendoins estava inversamente associado aos níveis de PCR e do receptor solúvel de TNF-α (TNFR2), indicando menor inflamação em quem consumia regularmente o alimento.
No entanto, é importante diferenciar o amendoim natural daquele ultraprocessado: versões industrializadas, fritas ou com excesso de sal e açúcar perdem os benefícios e podem, sim, contribuir para processos inflamatórios.
Em entrevista para a VEJA Saúde, a nutricionista Nathalia Teixeira comentou que o livro de Gisele Bündchen tem vários acertos, mas também alguns equívocos. Em um deles, segundo a profissional, a top model diz que frutas devem ser consumidas 'sozinhas' em refeições e não junto de outras, como o almoço e até sobremesa. Isso, segundo ela, poderia fermentar e gerar gases.
No entanto, segundo Nathalia, a afirmação não tem comprovação: "Se uma pessoa tem intolerância a frutose ou uma sensibilidade aos foodmaps [carboidratos de cadeia curta que são lentamente absorvidos ou não digeridos no intestino delgado], pode ser que ela se sinta mal com algumas frutas. Aí tem que regular na alimentação. Mas, via de regra, não há problema em ingerir frutas com outros alimentos", garantiu ela.
Outra informação rebatida pela profissional é a da dieta detox, muito popular entre as famosas, que não deve ser seguida: "Não tem como o suco substituir uma refeição. Você não vai ter ali um aporte de nutrientes que você precisa", indica.
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