Mirtilos são quase a fruta perfeita: fáceis de comer em qualquer lugar, com poucas calorias, doces, hidratantes, ricos em fibras e em vitaminas. São um dos alimentos mais ricos em compostos antioxidantes e por isso são os queridinhos da dieta de Gisele Bündchen, que os usa in natura, em smoothie e sorvetes.
Com menos de 4 gramas por unidade, o mirtilo é uma fruta pequena, mas repleta de benefícios para a saúde. Rico em antioxidantes, ele ajuda a proteger as células contra os danos causados pelos radicais livres, que são moléculas instáveis associadas ao envelhecimento precoce e ao desenvolvimento de diversas doenças. Além disso, seu consumo está ligado à melhora da memória, fortalecimento do sistema imunológico e à saúde cardiovascular.
No entanto, há uma pequena ressalva quanto às suas propriedades benéficas, pois nem todos os mirtilos são criados da mesma forma. Para começar, estamos falando dos mirtilos conhecidos como "blueberries", já que os vermelhos são uma fruta com características próprias. Distinguimos dois grandes grupos de mirtilos: o conhecido como mirtilo americano (Vaccinium cyanococcus) e o mirtilo europeu (Vaccinium myrtillus).
A partir daqui, as coisas ficam um pouco mais complicadas, pois temos que distinguir entre mirtilos selvagens e mirtilos cultivados, que são os que normalmente consumimos, geralmente da variedade americana. Para torná-lo um produto economicamente rentável e permitir a distribuição em larga escala, os produtores desenvolveram variedades selecionadas que foram adaptadas ao gosto do consumidor. Assim como Gisele Bündchen, que não fica sem sobremesa na dieta, a maioria das pessoas gosta de frutas maiores, brilhantes, mais doces e menos ácidas, que também duram vários dias na geladeira.
Mas nem tudo são flores e aqui está um pequeno problema: a variedade de mirtilos cultivados perdem nutrientes.
Não é o 'fim do mundo' o fato de que os mirtilos de supermercado não sejam tão benéficos quanto pensávamos, mas é preciso levar em conta que os mirtilos selvagens contêm mais fitonutrientes. A explicativa para isso é porque eles precisam ser muito mais fortes para sobreviver. Já os mirtilos cultivados são mais confortáveis e, por isso, menos resistentes.
Mirtilos silvestres crescem naturalmente em florestas e áreas montanhosas. Geralmente, são menores do que os mirtilos cultivados e apresentam tamanhos e formatos um pouco mais irregulares. São também mais ácidos e ligeiramente amargos, com um sabor muito mais intenso, além de "manchar" mais do que seus primos. Essa coloração natural é um indício de que eles contêm uma concentração maior de nutrientes antioxidantes.
As propriedades protetoras dos mirtilos residem principalmente na capacidade antioxidante de vários fitoquímicos, conhecidos como compostos fenólicos. Esses fenóis incluem ácidos fenólicos, flavonóis, antocianinas e proantocianidinas, e suas concentrações dependem em grande parte da variedade e de fatores ambientais.
Mirtilos silvestres precisam crescer e sobreviver em situações estressantes, que incluem variação do clima e a natureza ao redor, e assim fazem graças aos fitoquímicos que geram, como explica Mary Ann Lila, diretora do Instituto de Ciências Vegetais para a Saúde Humana da Universidade Estadual da Carolina do Norte. Mirtilos cultivados, por outro lado, são mais bem cuidados e não requerem tantos recursos para prosperar.
Portanto, de acordo com evidências científicas, os mirtilos silvestres são mais ricos em nutrientes, mas isso não significa que os cultivados não sejam também muito saudáveis. Seu consumo pode proporcionar uma infinidade de benefícios para o corpo, desde que combinados com uma dieta balanceada e hábitos saudáveis, assim como faz Gisele Bündchen.
Além disso, produtores e cientistas também estão trabalhando para selecionar variedades de mirtilos que possam igualar a proteção antioxidante das frutas silvestres, como é o caso da Andaluzia.
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